Mulher do craque Kaká, Caroline Celico fala sobre seu novo CD e DVD, a carreira do marido, a vida de mãe e o recente rompimento do casal com a Igreja Renascer, envolvida em crimes de estelionato.
Caroline Celico era apenas uma adolescente de 15 anos quando conheceu e se apaixonou pelo craque Kaká, que, aos 20 anos, começava a brilhar pelo São Paulo. Os dois logo engrenaram um namoro que ganhou uma complicação: Kaká foi vendido ao Milan da Itália, em 2003. A jovem, então com 16 anos, encarou um namoro à distância e se aprofundou nos estudos bíblicos na Igreja Renascer em Cristo - cujos fundadores, o casal Estevam e Sônia Hernandes, chegou a cumprir pena por crimes de estelionato, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.Jovens, bonitos e bem sucedidos, Carol e Kaká formavam o casal perfeito. Ambos se casaram virgens, em dezembro de 2005, e ela, enfim, pode se mudar para Milão. No final de 2007, após ser diagnosticada com ovários policísticos, se descobriu grávida. Em junho de 2008 nasceu Luca, o primeiro filho do casal.
No ano seguinte, com a contratação de Kaká pelo Real Madrid, Carol se mudou novamente, dessa vez para a capital espanhola e, em 2010, ficou grávida novamente de Isabella.
Hoje, aos 24 anos, após romper com a Igreja Renascer, Caroline continua fiel aos dogmas cristãos. O lançamento do CD e do DVD que levam seu nome foi um novo passo para Carol, que, apesar do sucesso de vendas, afirmou que não fará shows. Confira a seguir trechos da entrevista, concedida por e-mail, na qual ela evitou falar sobre os escândalos da igreja dos Hernandes.
Cantar sempre fez parte da sua vida? A vivência na igreja ajudou?
Amo música. Ela sempre fez parte da minha vida, principalmente com o piano clássico, que estudei desde pequena. Tentei também aprender violão e bateria, mas o piano sempre me encantou mais.
Seu site é bem completo, e você e o Kaká são muito ativos no Twitter. A tecnologia possibilita que os fãs se sintam mais próximo de vocês?
A tecnologia possibilita que todos nós estejamos mais próximos. O Kaká fica mais perto dos filhos quando viaja e eu também me aproximo mais até da minha família no Brasil. Com os fãs é a mesma coisa.
Não haverá shows para o CD/DVD? Por quê?
Porque nunca foi meu objetivo fazer shows. Artistas se apresentam para demonstrar o seu trabalho e vivem disso. Eu usei a música para possibilitar as pessoas a se aproximarem de Deus. Esse era o objetivo. Não sou uma artista e não estou construindo uma carreira de cantora.
E o dueto com a Claudia Leitte? Como aconteceu?
Imaginei que seria muito interessante ter uma parceria com uma pessoa do universo pop, mas com os mesmos sentimentos que eu tinha com relação a Deus. Assisti a um DVD de um show dela e achei linda a forma ousada e sincera com que ela falou tão sutilmente sobre Deus. Tinha tudo a ver com o projeto que eu estava imaginando. Quando entrei em contato, nos identificamos muito. Mal cheguei aos detalhes e ela já havia aceitado a parceria.
Como foi convencer o Kaká a cantar? Ele já tinha tido alguma experiência antes?
Não foi tão difícil quanto eu imaginava. Ele concordou que, se era uma música dele para mim, não existiria melhor voz para interpretá-la. Foi uma grande prova de amor que me emocionou muito.
Como é lidar com a fama do marido?
Eu o conheci quando ele estava no início da carreira. Ele nunca deixou que a fama o transformasse e isso trouxe muita simplicidade na forma como lidamos com isso. Minha mãe também sempre foi exposta à mídia pelo fato de ser uma executiva do mercado de luxo, então eu me acostumei desde cedo a separar as coisas. A fama nunca é um problema. O problema é a forma como as pessoas podem ter seus corações transformados por ela.
Você e o Kaká são uma espécie de casal modelo para jovens de todo mundo. É difícil viver com esse peso?
Sempre tento enfatizar a possibilidade de um erro meu para evitar frustrações. Quando esperamos demais, ou colocamos nossa esperança em homens (no sentido da humanidade), nos decepcionamos. É um grande privilégio poder servir como exemplo nas nossas escolhas de vida e amor a Deus, mas somos humanos. Só Jesus é perfeito.
Em tempos em que tantos matam em nome de diferentes religiões, é difícil manter a fé?
Acho que a fé em Deus é consumada através de Jesus, sempre com princípios de amor e perdão. Não compartilho com a ideia de matar para forçar alguém a entender uma mensagem, mas também não julgo. Cada um tem responsabilidade sobre suas escolhas. É difícil dizer o que está certo ou errado. Segundo a Bíblia, a fé "é a certeza das coisas que se esperam e a convicção de fatos que não se veem". O que vemos com olhos humanos não pode mudar a nossa fé.
Recentemente, vocês saíram da Igreja Renascer. Mudou muita coisa na vida de vocês? O importante é manter a fé independente da religião seguida?
Não mudou nossos princípios ou valores. Nós refletimos e entendemos que o mais importante é acreditar e depositar a nossa fé em Deus. Sabemos que só Ele pode nos justificar e nos trazer a paz e alegria.
A vida de mãe tem sido boa? Li que, quando adolescente, você gostava de bater de frente com a sua. Já tem se preparado para quando isso acontecer com o Luca e a Isabella?
Na verdade, ninguém gostava de bater de frente com os pais, mas é natural haver divergências em algum momento da vida. Com a minha mãe fui intolerante na adolescência, por falta de paciência e aceitação. Não estou preparada para viver isso com meus filhos e espero ter em Deus a sabedoria para lidar com situações difíceis como essa.
Existe a vontade de voltar para o Brasil? A vida na Europa é muito diferente?
A vida na Europa é muito similar a que temos no Brasil. Mas é no Brasil que estão nossas famílias e amigos de infância, de toda a vida. Isso é o que mais muda e nos faz ter saudades do nosso país.
Se o Kaká não voltar a jogar no Brasil antes do fim da carreira, vocês voltam após a aposentadoria? Querem criar seus filhos aqui?
Amamos o Brasil, pretendemos um dia voltar e criá-los aí, mas não sabemos quando isso acontecerá.
FONTE: GAZETA
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